Día do libro infantil
Jagdish Joshi
Hoxe celebramos o día internacional do libro infantil, coincidente co bicentenario do nacemento de Andersen. A tradicional mensaxe do IBBY correspondeu á escritora india Manorama Jafa e o cartel ao ilustrador Jagdish Joshi.
Reproduzo a tradución realizada polo amigo Jose Antonio Gomes para a APPLIJ, Associaçao Portuguesa para a Promoçao do Livro Infantil e Juvenil.
O texto paga a pena lelo de vagariño.Os livros são os meus olhos mágicos
Há muito, muito tempo, vivia na Índia antiga um rapaz chamado Kapil. Além de gostar muito de ler, era extremamente curioso. Tinha a cabeça cheia de perguntas. Por que motivo o Sol era redondo e por que mudava a Lua de forma? Por que cresciam tanto as árvores? E por que razão as estrelas não caíam do céu?Kapil procurava as respostas em livros de folha de palmeira escritos por homens sábios. E lia todos os livros que encontrava.Ora, um dia, estava Kapil ocupado a ler quando a mãe lhe deu um embrulho e disse: «Arruma o livro e leva esta comida ao teu pai. Já deve estar cheio de fome.»Kapil levantou-se com o livro na mão e fez-se ao caminho. Enquanto percorria o duro e acidentado trilho que atravessava a floresta, não parava de ler. De súbito, o seu pé bateu numa pedra. Tropeçou e caiu. E logo um dedo começou a sangrar. Kapil ergueu-se do chão e continuou a caminhar e a ler, com os olhos colados ao livro. Não tardou a bater noutra pedra e, uma vez mais, estatelou-se. Desta feita doeu-lhe mais, mas o texto escrito em folha de palmeira fê-lo esquecer as feridas.De repente, um clarão surgiu e ouviu-se um riso melodioso. Kapil levantou os olhos e deparou com uma formosa senhora, vestindo um sari branco. Ela sorria e uma auréola de luz rodeava-lhe a cabeça. Estava sentada num cisne branco e gracioso. Numa das mãos trazia um luminoso rolo de pergaminho. Com outras duas segurava um instrumento de cordas chamado veena. Estendeu a quarta mão para o rapaz e disse: «Meu filho, estou impressionada com a tua sede de conhecimento. Quero dar-te uma recompensa. Qual é o teu maior desejo?»Kapil pestanejou de espanto. Diante dele encontrava-se Saraswati, a Deusa do estudo. No instante seguinte, o rapaz cruzou as mãos, fez uma vénia e murmurou: «Por favor, Deusa, dá-me um segundo par de olhos para os pés, a fim de que eu possa ler enquanto caminho.»«Assim seja» – e a Deusa abençoou-o. Tocou na cabeça de Kapil e a seguir desapareceu entre as nuvens.Kapil olhou para baixo. Um segundo par de olhos brilhava-lhe nos pés e ele deu um salto de alegria. Logo a seguir, fixou os olhos no livro e desatou a caminhar pela floresta, apenas conduzido pelos seus pés.Graças ao amor pelos livros, Kapil cresceu e tornou-se um dos sábios mais ilustres da Índia. Em toda a parte era conhecido pela sua imensa sabedoria. Também lhe puseram outro nome, Chakshupad, que em sânscrito significa «aquele cujos pés têm olhos».Saraswati é a deusa do estudo e do saber, da música e da fala.Esta é uma antiga lenda indiana sobre um rapaz que descobriu como o saber é transmitido pelas palavras, essas palavras que os homens sábios escreviam em manuscritos de folhas de palmeira.Os livros são os nossos olhos mágicos. Dão-nos informação e conhecimentos e servem-nos de guias nos difíceis e acidentados caminhos da vida.
Marcadores: Efemérides, Literatura infantil e xuvenil
4 Comments:
El Cultural publica un texto de Gustavo Martín Garzo sobre Andersen verdadeiramente fermoso; de feito xa gostara moito del as anteriores veces que o lin e o escoitei.
Por certo, ten vostede algunha información que poida avanzarnos sobre o que pasará dentro de cinco anos en Santiago?
Martín Garzo é o autor da introdución da edición dos Contos de Andersen que publicou Xerais. É un escritor excelente e unha persoa moi entrañable.
O Congreso do 2010 é o grande reto de Galix. Pouco teño escoitado dos preparativos.
O Congreso coincide co Xacobeo 2010. Quizais fose un argumento para traelo para aquí? Os congresos IBBY son moi relevantes. Entregarán as Listas de Honra.
Un escritor excelente, unha persoa entrañabñe... e por se iso fora pouco encantoulle "2046". Que mais se pode pedir?
Tiven o pracer de escoitalo hai uns meses na Coruña, nunha conferencia sobre Andersen na que dicía algunhas das cousas que expón nese artigo de El Cultural, na introdución do volume de Xerais que você cita, e en xeral cada vez que ten ocasión de falar do xenial escritor danés. Teño copia do audio desa conferencia; de feito a miña intención era colgala na rede onte, pero o servidor de Blogalia escarallouse un chisco e non puido ser. Outra vez será.
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